Especialmente num momento em que estar em casa é uma necessidade, a leitura é uma atividade que soma conhecimento e integração familiar. Estimular a leitura desde cedo auxilia na cognição e no aprendizado
Não é novidade que bons leitores são mais analíticos e criativos. A leitura, ou literacia, também expande o vocabulário e desenvolve a cognição. Mas o que ainda precisa ser mais explorado é o potencial que o hábito de ler tem para a integrar famílias, além de apoiar o processo educacional.
Tarefa ou brincadeira?
Para a escola, desenvolver o gosto pelos livros na criança é um desafio, porque na fase acadêmica ler, normalmente, faz parte de alguma tarefa como lição de casa, prova ou questionário. Desta forma, ao ser vista como uma obrigação, a leitura deixa de ser prazerosa.
Por outro lado, a leitura em família é baseada em laços afetivos e traz a sensação de prazer, tanto como o brincar. É um caminho certo para incentivar o interesse das crianças pelos livros antes mesmo delas saberem ler. Quando chegam à fase escolar, quem já teve contato com a literatura em casa, via de regra, têm melhor desempenho dos estudos.
E quanto mais cedo melhor! Crianças que são iniciadas na literatura familiar ainda bebês costumam ser mais sociáveis e criativas, apresentam melhor vocabulário e fluência oral e escrita superiores. Isso acontece porque ler estimula a imaginação e desperta a curiosidade, ampliando as capacidades naturais de comunicação.
Segundo dados internacionais divulgados pelo MEC, crianças que praticam a literacia familiar tendem a se sair melhor em testes internacionais como o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), o Progress in International Reading Literacy Study (PIRLS) e o Estudo de Tendências Internacionais de Matemática e Ciências (TIMSS).
Já a educadora e escritora Rosely Sayão chama atenção para os benefícios da leitura em família no letramentoinfantil, que acontece quando a criança, ao ler e escrever, entende a linguagem e seu significado. Segundo ela, “os pais estão muito preocupados com a alfabetização, mas é a leitura de histórias para os filhos que introduz a questão do letramento, que é mais importante que a alfabetização”.
Incentivar é pouco, é preciso dar o exemplo
Cabe aos pais compreender que a leitura é um divisor de águas na oferta de conhecimento e informação, necessários para o crescimento do senso crítico e opinativo e, por isso, vai muito além do currículo escolar. É deles a responsabilidade de introduzir os filhos no mundo das letras.
Uma dica para quem quer transformar a leitura em programa de família é “dar o exemplo”: contar histórias é uma boa maneira de começar! Mas como os filhos tendem a ser influenciados pelos hábitos dos pais, pais leitores tem mais chances de formar filhos leitores.
Além disso, há programas gratuitos que ajudam nessa tarefa, como o “Conta pra Mim”, lançado no em 2019 pelo Governo Federal, sob a chancela do MEC, para incentivar a leitura para crianças no ambiente familiar. O programa integra a Política Nacional de Alfabetização e propõe que os pais utilizem técnicas simples para estimular o desenvolvimento intelectual na primeira infância, baseadas no diálogo e na interatividade como ferramentas de motivação.
Dos clássicos aos personalizados
Como todos os setores, a literatura também ganhou com a chegada da tecnologia, que trouxe experiências de leitura mais interativas e dinâmicas. É possível encontrar um acervo diversificado de conteúdos, que vão desde adaptações dos clássicos aos títulos mais atuais, em formatos multimídia, dividindo espaço com os livros de papel. Outra inovação é a possibilidade de se criar enredos personalizados, levando literalmente o leitor para dentro da história.
Desde 1964 a Hiléia participa da vida das famílias brasileiras. Em mais de cinco décadas e meia vimos o mundo mudar, mas os laços que unem as pessoas permanecem os mesmos. É por isso que acreditamos que degustar palavras e tão saboroso quanto consumir nossos produtos.
Boa leitura!